25 de dez. de 2009

e um próspero ano novo!



porque, no rio, no recife, em salvador ou em brasília,
a gente só colhe o que semeia

que venha 2010!

24 de dez. de 2009

Feliz Natal!

19 de dez. de 2009

17 de dez. de 2009

GROWERnaoEHtraficante - tv growroom

justiça volta atrás e liberta homem preso com dez vasos de maconha - sobredrogas

ontem a legenda dessa foto deve ter sido:

criminoso plantava maconha, foi dedurado e rodou

e os leitores dos jornais pensavam - qui pariu... mais um exemplo de criminalização da pobreza e preconceito hipócrita da polícia, da grande mídia e da sociedade desse país

hoje - finalmente, a mesma legenda - virou:
libertação de cultivador é apoiada pelo movimento antiproibicionista brasileiro e aponta para racionalização da aplicação da lei

os editores do filipeta se perguntam - será que a reviravolta nesse desfecho não aponta para o declínio nos casos de abuso e má utilização dos poderes policial, judicial e estatal? ... será que esse dia de 17 de dezembro de 2009 não vai marcar o começo do fim da mídia que se limita a reproduzir o boletim de ocorrências racistas da delegacia? pra não deixar uma das profecias de Mr. Bob Marley de fora: time will tell...

seguem os fatos (como apurados pelo blog sobredrogas) :

O juiz Mário Henrique Mazza, da 32º Vara Criminal, decretou, no fim da tarde desta quinta-feira, o relaxamento da prisão do agricultor Fábio dos Santos, que foi detido na terça-feira ao ser flagrado com dez vasos de maconha no terraço de sua própria casa, no subúrbio de Olaria. Fábio havia tido prisão preventiva decretada por tráfico de drogas, e estava encarcerado na Polinter desde quarta.

Nesta quinta, uma petição impetrada junto ao Ministério Público pelo advogado de Fábio, reforçada com a assistência jurídica de entidades de ativistas pró-descriminação do uso e do autoplantio de maconha, fez o órgão alterar a acusação contra o rapaz, que passa a responder por posse e/ou plantio de substância ilícita, delito que desde 2006 não é mais passível de prisão, apenas de sanções alternativas, como multa e trabalhos sociais.

A alteração das acusações ocorreu após o MP concordar com a defesa de que os dez vasos que o rapaz mantinha em casa eram para consumo próprio, e que muitas das plantas apreendidas não tinham sequer condições de serem colhidas para uso imediato.


leia artigo completo no blog sobredrogas do jornal O Globo

16 de dez. de 2009

Por um reveillon psicodélico



Enquanto a Holanda proíbe os cogumelos alucinógenos e fala em mudanças na lei do "narco-turismo", a República Tcheca faz o caminho inverso e despenaliza pequenas quantidades de drogas.

Seguem abaixo os níveis de tolerância:

- 15 gramas de erva de maconha (para consumo semanal de um fumando considerado assíduo)
- 5 gramas de hash
- 1,5 grama de heroina
- 1 grama de cocaína
- 2 gramas de metanfetamina (ainda raro na europa, mas que vem ganhando espaço na ásia)
- 5 doses de LSD
- 4 ecstasy

*a nova lei entra em vigor a partir do dia 1 de janeiro de 2010.
**ao turista: prefira o reveillon em Praga a Amsterdam!

14 de dez. de 2009

dog superior - vitor batista


conselho para resolução de fim de ano do dog superior
via território marginal de Vitor Batista
(enviado pela leitora ellen ma-ha)

Cannabis Cup 2009

Há algumas semanas, recebi em minha casa um amigo que se preparava pra chegar na Cannabis Cup, em amsterdam, dias depois.
Como não podia deixar de ser, pedi uma contribuição pro Filipeta da massa...
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Cannabis Cup 2009

por Elton Tavares

Final de novembro, e como todos os anos, Amsterdam recebe milhares de maconheiros do mundo todo para o Cannabis Cup, que esse ano fez sua 22ª edição, organizado pela High Times. A idéia do evento é realizar não só uma competição entre coffee shops, concorrendo com diferentes tipos da massa, mas também abrir espaço para divulgação de boas práticas na utilização médica e políticas de utilização.

powerzone

Como no evento os expositores não podem vender o produto, somente nos coffee shops, normalmente o grande atrativo dos stands eram os gigantes sacos plásticos preenchidos com a massa vaporizada. Os grandes concorrentes desse ano, o Green house Seed Co. e o Barney’s Farm estavam sempre lotados para experimentar o “Super Lemon Haze” e o “Vanilla Kush”, muito bons por sinal, que foram premiados.

vai aê?

Nos 2200 m² do Powerzone, outros expositores também apostaram em métodos alternativos
pra atrair o público. O Bluebird coffee shop instalou uma mini sauna completamente preechida por maconha vaporizada, “The Vape Tent”, onde era possível entrar e em pouco tempo sair legal e defumado.


Com exposição durante cinco dias e shows no centro da cidade, o evento tem o lado bom de fumar de graça, enquanto no coffee shop se paga na média nove euros pela grama do material, por outro lado os dias do evento acabam sendo muito parecidos e vale mesmo a pena ir uns dois dias, já que os coffee shops por si só são uma grande atração da cidade, os premiados nessa categoria foram o Green House, o Barney’s, o Green Place, Dolphins e o Mellow Yellow, o autor além de recomendar fortemente os quatro primeiros ainda sugere o De Rokerij. Atenção a você que pensa em comprar o “judge pass” pro cannabis cup, não espere que vá conseguir julgar alguma coisa depois de cinco dias fumando diferentes tipos de maconha de quase trinta coffee shops, o que vale mesmo é a diversão, termo óbvio quando se fala de Amsterdam.

13 de dez. de 2009

Marilyn Monroe fumou, tragou e filmou...



Duas belas artes sobre a polêmica divulgada na imprensa francesa sobre suposto vídeo de Marilyn Monroe "dando uns peguinhas". :)

12 de dez. de 2009

seja o movimento!

A T E N Ç Ã O

filipe da massa informa:

estamos vivendo os últimos dias...


...para envio de material (textos, fotos, desenhos, gráficos do excel e/ou bagas) para a produção do Fino da Massa # 2

VAI FICAR DE FORA, MACONHEIRO?

mande djá o seu email para
filipetadamassa@gmail.com

10 de dez. de 2009

Colômbia proíbe porte e consumo de dose mínima de drogas - Reuters/Brasil Online

assim caminha (pra trás) a humanidade

BOGOTÁ (Reuters) - Depois de cinco tentativas fracassadas, e andando na contramão da tendência internacional, a Colômbia aprovou uma lei proibindo a posse e o consumo de doses mínimas de substâncias entorpecentes ou psicotrópicas, informou o governo na quinta-feira.

A emenda constitucional, que nos últimos anos se tornou uma obsessão pessoal do presidente Alvaro Uribe, determina que só será permitida a posse e o consumo de doses mínimas de drogas sob prescrição médica.

O governo justificou a lei com o argumento de que não é coerente exigir uma luta contra o narcotráfico e facilitar o consumo de drogas.

"Demos um passo histórico na luta contra o narcotráfico, a produção e, especialmente, o consumo de drogas", disse o ministro do Interior e da Justiça, Fabio Valencia, depois da aprovação da lei, à meia-noite da quarta-feira.

Apesar da aprovação da lei, o governo esclareceu que seu objetivo não é punir criminalmente os consumidores de drogas, mas os distribuidores.

(clique aqui para ler a matéria na íntegra)

7 de dez. de 2009

6 de dez. de 2009

o desafio das drogas - fhc, depois de largar...da presidência

imagem do http://www.grandesblogsta.com
clique aqui para ler o artigo completo do presidente que resolveu trabalhar no assunto das drogas depois que largou

O desafio das drogas

Eu copresidi com os ex-presidentes da Colômbia e do México, respectivamente César Gaviria e Ernesto Zedillo, a comissão latino-americana.

Nossa conclusão foi simples e direta: estamos perdendo a guerra contra as drogas e, a continuarmos com a mesma estratégia, conseguiremos apenas deslocar campos de cultivos e sedes de cartéis de umas para outras regiões, sem redução da violência e da corrupção que a indústria da droga produz.

Logo, em lugar de teimar irrefletidamente na mesma estratégia, que não tem conseguido reduzir a lucratividade e, consequentemente, o poderio da indústria da droga, por que não mudar a abordagem?

Por que não concentrar nossos esforços na redução do consumo e na diminuição dos danos causados pelo flagelo pessoal e social das drogas? Isso sem descuidar da repressão, mas dando-lhe foco: combater o crime organizado e a corrupção, em vez de botar nas cadeias muitos milhares de usuários de drogas.

(...)

É diante dessa situação que se impõem mudanças.

Primeiro: o reconhecimento de que, se há droga no morro e nos mocós das cidades, o comércio rentável da droga é obtido no asfalto.

É o consumo das classes médias e altas que fornece o dinheiro para o crime e a corrupção. Somos todos responsáveis.

Segundo: por que não "abrir o jogo", como fizemos com a aids e o tabaco, não só por intermédio de campanhas públicas pela TV, mas na conversa cotidiana nas famílias, no trabalho e nas escolas?

Por que não utilizar as experiências dos que, na cadeia ou fora dela, podem testemunhar as ilusões da euforia das drogas? Não há receitas ou respostas fáceis.

Pode-se descriminalizar o consumo, deixando o usuário livre da prisão. As experiências mais bem-sucedidas têm sido as que vêm em nome da paz, e não da guerra: é a polícia pacificadora do Rio de Janeiro, não a matadora, que leva esperança às vítimas das redes de droga.

3 de dez. de 2009

Marcha da Democracia - Sergio Vidal

Marcha da Democracia

Por Sergio Vidal, antropólogo, membro do Growroom e da Rede Ananda



“Eu morreria feliz se eu visse o Brasil cheio em seu tempo histórico de marchas. Marchas dos que não tem escola; marcha dos reprovados; marcha dos que querem amar e não podem; marcha dos que se recusam a uma obediência servil; marchas dos que se rebelam, marcha dos que querem ser e são proibidos de ser.” (Paulo Freire).

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Em 1946, a Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes, órgão do Governo Federal realizou o chamado Convênio Interestadual da Maconha, na cidade de Salvador. Apesar do cunho proibicionista dos debates, considerados por alguns historiadores como marcos fundadores da Guerra à Maconha no Brasil, o nome oficial do evento trazia em si exatamente este esse termo: “da Maconha”, mostrando que a expressão deve ser entendida como um evento “sobre a maconha”, e não “em favor”, ou “pró maconha”, ou pode até mesmo significar um evento de cunho “anti-maconha”, como no caso do citado Convênio. Em 2008 e 2009, eu e muitos outros organizadores das Marchas da Maconha em diversas cidades do país tivemos que prestar esclarecimentos à sociedade, autoridades e até mesmo à polícia, em alguns casos, sobre o motivo de termos escolhido a expressão Marcha “da Maconha”, uma vez que afirmávamos não fazer apologia às maconha, outras drogas, ou ao crime.

Ao argumentar para outros ativistas a necessidade política de manter o nome “Marcha da Maconha”, sempre afirmei que justamente por ser a palavra “maconha” tão carregada de estigmas, deveríamos persistir em usá-la até que algumas das idéias a seu respeito fossem debatidas e modificadas. Essa discussão não foi algo fácil dentro do movimento e não foram poucos os momentos em que as “Marchas” quase tiveram seus títulos modificados, em nome da adequação a algo mais “politicamente correto”, para nomes como “Marcha pela legalização da Maconha”, “Marcha da Cannabis” ou “Passeata Verde”.

Realmente, poderíamos ter escolhido “Marcha da Erva”, do “Dirijo”, da “Diamba”, da “Suruma” ou qualquer uma das inúmeras denominações que a planta tem pelo mundo afora, afinal, trata-se de um evento de cunho político/cultural sobre esta planta conhecida por uma infinidade de nomes e apelidos. No entanto, consideramos que seria importante reafirmar o fato de que “Maconha” também é um dos nomes mais conhecidos para referir-se, no Brasil, à planta cujas possibilidades de usos nos propomos discutir. Sempre persisti, em parte por convicção ideológica, em parte por teimosia, que só poderíamos abrir mão do nome “Marcha da Maconha”, quando já não fossemos criminalizados ou deslegitimados por o termos adotado.

Acreditava que, ainda que boa parte da sociedade ficasse chocada com o nome, aos poucos, se demonstrássemos a seriedade do nosso trabalho, o nome deixaria de ser tão importante, ao menos para a Justiça. E assim aconteceu, pois no dia 1º de setembro deste ano, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia nos deu uma prova de que essa escolha fazia algum sentido. Diante dos argumentos do Habeas Corpus impetrado no final de maio, o Tribunal de Justiça concedeu um Salvo Conduto para realizar o evento “Marcha da Maconha Salvador”, legitimando que a manifestação poderia usar esse nome, desde que seja organizada para os fins lícitos a que sempre se propôs.

Ficou claro com essa decisão que a Marcha da Maconha Salvador, que ocorrerá no próximo sábado, dia 5/12, não será um evento de cunho apologético. Esse tipo de manifestação, na verdade, deve ser vista e entendida sempre como uma reivindicação por uma cidadania plena, com direitos, deveres e responsabilidades. Com essa vitória, somada às de outras cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, e às ADPF e ADIN sobre as Marchas que tramitam no Supremo Tribunal Federal no momento, podemos afirmar que ativistas têm conseguido mais do que o direito de manifestar idéias e opiniões, mas o direito também de manifestá-las de formas livres, mesmo que essas desagradem ideológica ou moralmente uma parte da sociedade.

Apesar das censuras, da criminalização, das perseguições e de muitos outros problemas, tudo valeu a pena, na medida em que está sendo criado um contexto, senão mais favorável política ou socialmente, ao menos mais seguro juridicamente para todos os brasileiros e brasileiras que discordam da forma como atualmente são elaboradas e aplicadas as políticas e leis sobre a maconha e outras drogas. No fundo, não são manifestações como as “Marchas da Maconha” que atingem de forma nefasta a Democracia Brasileira, mas sim ações de censura, autoritarismo, abuso de poder e cerceamento de direitos fundamentais, por parte das autoridades, cujo dever seria, justamente, preservar os direitos de cidadania, mesmo que não se concorde com as reivindicações, desde que sejam feitas dentro das normas legais, como no caso das Marchas.

As Marchas apenas cumprem seu papel de serem espaços onde os cidadãos podem questionar as Leis sobre drogas e manifestar suas opiniões a respeito, dentro das regras do Estado Democrático de Direito estabelecido no país. Esse papel elas têm cumprido muito bem.

30 de nov. de 2009

pontos de venda - Recife, Salvador e São Paulo


Exibir mapa ampliado

camisetas /lombra e O Fino da Massa #1 agora à venda na

Oficina da Música, Av Guararapes, 86 lj 4
Santo Antônio - Centro do Recife - PE Tel: (81) 3224-7654

na Livraria Cultura anexa ao Paço Alfãndega são cinco as unidades finais d´O Fino #1

em Salvador você ainda encontra as últimas unidades d´O Fino da Massa #1
no sebo (anteriormente conhecido como)
Berinjela
bem ali na entrada do Pelourinho
- esqueci agora o novo nome do lugar, mas todo mundo conhece assim ainda -

em São Paulo tem o Fino da Massa #1 nas
Livraria Pop, Cachalote e HQ Mix

e a venda direta no metrô da Vila Madalena
em horário a combinar pelo email: h.koblitz.e.pe@gmail.com

depois não digam que eu não avisei...

metous na marcha da maconha - cebola e tiago (+ uns pitacos desse que vos posta)


diga aí...
esse movimento bem ali na Barra, pelas mesmas ruas que a família magalhães se orgulha de ter coberto de sangue e medo para abafar o pensamento livre... urrú!... bem que o cebola avisou: é magia, rei!

mhuauhahuauha

26 de nov. de 2009

o brasil na moda e a legalização das drogas - denis russo burgierman


A edição da revista inglesa The Economist da semana passada dá a medida do quanto o Brasil está na moda. Na capa, o Cristo Redentor levanta voo, sob a manchete “O Brasil decola”. Lá dentro, um especial de 14 páginas, falando de bancos, commodities, classe média, além de uma bem sacada comparação entre o Brasil e os Estados Unidos. Fora do especial, mais Brasil: uma matéria sobre Dilma, outra sobre a Geyse da Uniban. Aquela tentando entender o paradoxo de um presidente com 80% de popularidade e uma candidata que não decola, esta tentando entender o paradoxo do país do carnaval ficar histérico por causa de uma mini-saia.

No meio de tanta coisa, passou despercebida por aqui uma outra referência ao Brasil. Na matéria “Virtualmente legal”, a Economist especula que o Brasil pode ser um dos próximos países a descriminalizar o uso de drogas. A matéria é bem interessante. Ela mostra que há uma tendência fortíssima no mundo desenvolvido e na América Latina de finalmente deixar a proibição das drogas para trás.

Posse de drogas deixou de ser crime na Espanha, Portugal, Itália, República Tcheca, nos três países bálticos, na Argentina, México e Colômbia. Praticamente todos os outros países europeus, embora teoricamente mantenham a proibição, estão deixando de prender gente pelo uso de drogas. Um bom exemplo é o Reino Unido, onde a posse de maconha continua criminalizada, mas apenas 0,2% das pessoas pegas com a droga vai para a cadeia. (O Brasil não tem números confiáveis, mas também aqui usuários de maconha raramente vão presos.) Nos EUA, já são 14 os estados que adotaram a descriminalização – o mesmo aconteceu em vários estados alemães e canadenses, territórios australianos e cantões suíços.

25 de nov. de 2009

Ouçam bem aquilo que ouvem - GussBraga


lil´ alguém
er... segurando uma tremenda escopeta em foto de divulgação de seu som gangsta

Bezerra da Silva
segundo o GussBraga e o Filipeta, trazendo muito mais luz



Todos estão familiarizados com a cena do hip hop/rap internacional, certo? Não? Então entre no seu site de busca preferido e digite alguns nomes como: Snoop Dogg, Ja Rule, 50 Cent, Eminem, Dr. Dre e até mesmo os incríveis Cypress Hill, misturando, além da turma do rock, as cenas Latina e Black dos EUA (coast to coast). Infelizmente, a idéia não é elogiar esses caras, mas sim apontar para os problemas que eles acabam trazendo para a política da legalização. Diferentemente de alguns músicos como B Negão, Marcelo D2, entre outros; que mostram toda a positividade da revisão de leis sobre drogas, esses rappers americanos tendem a incentivar a violência entre jovens americanos e de todo o mundo.

Versos como: “And if a nigga get a attitude. Drop it like it’s hot(x3). I got the rolly on my arm and I'm pouring Chandon. And I roll the best weed cause I got it going on.” mostram uma realidade cheia de materialismo, violência e indiferença com o próximo. Tudo o exato oposto que representa o usuário e suas atitudes do dia a dia. De novo, quero lembrar que não estou querendo difamar o Rap, afinal temos grandes exemplos de verdadeiros porta-vozes da comunidade. Ex: MV Bill. A questão é que a mídia dá muito valor para o símbolo do ídolo. Ou seja, todo representante artístico é fadado ao sucesso e sucesso leva a fama. Todo famoso, querendo ou não, é vítima de papparazis e afins, todos os dias de sua vida (enquanto é famoso). Isso acaba transformando o suposto artista em um porta-voz para toda a juventude de um país, ou do mundo. A juventude, por sua vez, possuí um órgão gerador chamado “pais”. Se os pais percebem que o filho está se portando de maneira estranha e violenta, começa a suspeitar do quê? É óbvio que nenhum pai/mãe tem o costume de colocar a culpa na má educação que ele possa ter dado ao seu descendente. Os pais culpam influências externas como os amigos ou (tcharam!!!) artistas que a criança possa admirar.

Contudo, não acredito na proibição da liberdade de expressão, assim como não acredito na proibição da nossa amiga Maria, mas creio que se esses artistas citados, como outros, realmente quiserem ajudar deveriam pensar duas vezes antes de enfiar o nome de uma planta, que para muitos é sagrada, em suas músicas cheias de apologias e incentivo ao uso de outras drogas mais pesadas, que nada tem com o nosso movimento. É óbvio que eles não vão fazer isso, por isso a minha indignação e vontade de botar isso pra fora. Nós devemos aplaudir artistas que entendem a luta, suas causas e conseqüências! Portanto, da próxima vez que for colocar o som no último, busque o seu CD do Bezerra da Silva e deixe de lado o Tupac. Experimente, não vai fazer mal.

24 de nov. de 2009

Ficando alto (ou Chefchaouen experience)



Meses atrás, mais precisamente no dia 6 de setembro deste ano, eu estava partindo da cidade de Tanger com destino a Chefchaouen, ambas em terras marroquinas. Chaouen, como é chamada pelos nativos da região, é uma pequena cidade que se destaca de todas as outras no marrocos, a começar pelo trajeto. Tudo parece tranquilo até imediações de Tetouan, quando de repente, desavisadamente me deparo com as montanhas do Rif, cordilheira megalomaníaca que deixa o resto do trajeto com gostinho de não-quero-mais. O caminho contorna as montanhas, sempre subindo, numa sinuosa e paranóica estrada estreita deixando qualquer passageiro com o cu na mão durante as 2 horas e meia de percurso restante.
Já no fim do trajeto, me surpreendo com o cartão postal da visão do alto das montanhas tocando as nuvens, e finalmente chego ao destino final.
Eram exatamente 19hs e não se via quase ninguém nas ruas. Silêncio absoluto. As únicas pessoas que vi nesse instante, sem uma única exceção, estavam acendendo ou fumando um baseado.
Depois de alguns minutos processando aquela primeira impressão, me lembrei que estava no mês do ramadan, e que era exatamente aquela a hora em que se acabava o jejum muçulmano, depois de um dia inteiro sem comer. Isso fazia com que a cidade virasse um fantasma e todos os seus habitantes se recolhessem pras refeições em família. E como o jejum também proibe o fumo durante a luz do dia, aquela também era a hora do fumacê geral, o grito de largada da chapação all night long...

Em menos de 10 minutos, tempo que demorei pra achar um moquifo pra pernoite, contei 6 diferentes e simpáticos nativos que se aproximaram, as vezes tentando puxar qualquer assunto, pra me oferecer haxixe(ou chocolate, na forma carinhosa de se referir à mesma coisa).
Neguei a oferta de todos, afinal de contas, pagar pela primeira maconha que se vê pela frente é coisa de maconheiro.

Depois de pagar 30 dihrans(3 euros) pela dormida, o responsável pelo local, como não podia deixar de ser, me oferece uma apetitosa pedra de haxixe que mais parecia um kinderovo. O chocolate me custou mais 30 euros...

Nos dias que se seguiram, pude conhecer profundamente aquela que é a cidade ironicamente mais tranquila e receptiva do marrocos, inclusive, citadas dessa forma em livros e guias de viagem.

A cultura da maconha tá em toda parte, seja ela em pedras de haxixe, em sacos de kif(uma espécie de maconha em pó, triturada, de efeito mezzo-piano), ou no "azeite"(pasta escura usada como recheio no baseado), de tapa mongolizante.
Não é difícil de notar que é exatamente dessa região que sai a maconha que atravessa gilbraltar até os lares da europa. As montanhas dos arredores são recheadas com arbustos da cannabis, que geralmente são processados nas casas dos próprios moradores da cidade antes de circularem como produto de consumo e exportação(hoje o haxixe representa 10 por cento da grana que entra no marrocos com exportação, gerando uma tolerância social de consumo e venda da droga).

Além de toda essa neblina, Cheouan é uma das cidades mais bonitas de toda a áfrica, com uma medina enorme, labiríntica, e todas(todas!) as suas casas são pintadas de azul claro. A cidade termina numa bela queda d'água entre as duas montanhas que a tangenciam*.


*chefchouan significa "dois chifres".

vá e vista-se! a festa - iraq, 27/11, 21 horas


(clique nas imagens para ver melhor)


"se for pra fumar na marcha é melhor ficar em casa" - R$ 20,00


"do the evolution" - R$ 25,00

o blog Filipeta da Massa [ www.filipetadamassa.blogspot.com ] comemora mais de 37.000 acessos com festa no iraq (rua do sossego, 179 - às 21 horas ) e lança as camisetas /lombra [ www.barralombra.blogspot.com ].

são duas estampas promovendo as mensagens da Marcha da Maconha 2010 e celebrando as vendagens do livro O Fino da Massa [2009, livrinho de papel finíssimo editora] [ www.migre.me/3mHQ ] - esgotado nos pontos de venda de São Paulo, Salvador e Recife.

às 22 horas tem show da the trump´s [ http://migre.me/cpm4 ]

vá e vista-se!

lançamento /lombra - iraq, 27/11, 22h

junto com esse show magnífico, teremos o lançamento oficial das camisetas /lombra em solo pernambucano

"do the evolution" - R$ 25,00
"se for pra fumar na marcha, é melhor ficar em casa" - R$ 20,00

vá e vista-se!

23 de nov. de 2009

noite de jah - www.redeananda.org

A Ananda e o DCE da UFBA estão organizando mais uma festa para arrecadar uma grana pra ajudar a organização da Marcha da Maconha, no dia 5 de dezembro.
A entrada é gratuita.

Por enquanto confirmado(a)s para tocar a partir das 20hs...
DJ Schlang (Discoteca)

Família Realidade Sem Máscara (Hip Hop)

DJ Híbrido (DUB)

DJ Gabiru (DUB)

DJ Schlang (Full on)

16 de nov. de 2009

maconha na televisão - mudanças velozes ou aprende Ratinho, que porra!

Brasil, 2007
de alguma afiliada de uma grande rede de televisão
(via bloganja / http://tahemushlegalize.blogspot.com )



Estados Unidos, 2009
Fox News
(via @GussBraga )

14 de nov. de 2009

13 de nov. de 2009

rede mundial de alteradores, Sálvia divinorum e um envelope sortido - felipe t. a. m.


A troca de informações sobre maconha na rede pode ser tão rápida e intensa que às vezes lhe deixa tonto. Eu, por exemplo, não sei mais onde li uma enquete muito sagaz que testava a veracidade da “teoria da escadinha” -o bicho papão dos ‘estudiosos’ do tema... aquela que afirma que maconha é a porta de entrada para o consumo de drogas pesadas, como cocaína, crack, LSD, heroína... - . Pode ter sido na Radio Legalize ou no Hempadão (no Growroom e na Rede Ananda eu lembro que não foi...) A enquete era tão simples quanto eficiente: “Qual dessas drogas você consumiu antes das outras?” (ou “Qual dessas drogas lhe serviu de porta de entrada para as outras?”... não lembro mesmo)

Fui lá e votei. E lógico que álcool ganhava fácil de LSD, cocaína e até da erva mal classificada como droga narcótica. Os motivos passam pela facilidade de conseguir essa droga assim como a aceitação cultural de crises de abstinência, quadros clínicos de overdose ou a boa e velha lógica de mercado que possibilita que produtos lucrativos sejam enfiados goela abaixo em cobaias humanas que habitem o terceiro e o quarto mundo.

Pois bem...

Foi pensando nessa enquete que eu me voltei para uma tarefa que eu combinei há muito tempo. A rapaziada da semente de maconha, em troca da publicação de um artigo sobre alguns dos produtos que geram a receita daquela “lodjinha limpesinha” enviaram legalmente para a sede da filipetadamassa um envelope muito bem sortido.

Sedas colorizadas e com sabor.

Uma mistura de ervas que dão uma suave lombra somada a um estranhamento sensorial. E ganhou logo o apelido de ‘maconha de menina’.

E uma porção generosa dela.
A poderosa Salvia Divinorum!

Rapaz... desde que comecei a testar esse história de estado alterado da mente que esse era o negócio que eu procurava. Sem saber onde dava.

Numa bela manhã de sol, completamente relaxado, usei...

Foram 7 minutos que duraram 40....

Completamente consciente – importante ter sido guiado por um xamã amigo que conhecia de dose, de tranquilização do fumador e de segurança espacial – tive a viagem mais bonita de minha vida.

Mente, coração, corpo, ambiente, respiração, suor, tudo integrado. Impressionante. Dilatação de tempo. De consciência. De visão.

Me vi exatamente no continuum espaço-tempo. Sem passado nem presente. Nem dado ao primeiro barato que passasse como porre de cerveja. E indo além da atuante rede intergaláctica de fumadores de maconha com história.

Com Sálvia eu vivi o futuro.

felipe t. a. m.

11 de nov. de 2009

maconha tv - bombabud cachimbo

fudeu.
a semente de maconha se juntou com a Radio Legalize pra produzir a maconha tv.

acho que não precisa dizer mais nada.
vai vendo...

adesivos - growroom

legalização das drogas - Tv UFBA

8 de nov. de 2009

7 de nov. de 2009

2 de nov. de 2009

28 de out. de 2009

Deputado defende no plenário da Câmara a legalização da maconha e o plantio para consumo pessoal - o globo e tv câmara




BRASÍLIA - Escolhido pelo Ministério da Justiça o interlocutor do governo para revisão da lei sobre drogas, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defende a legalização da maconha e do porte de pequenas quantidades para consumo pessoal. Em discurso na tarde desta quarta-feira, no plenário da Câmara, Teixeira citou exemplos de países que descriminalizaram o porte de pequenas quantidades, como Portugal e México. Teixeira defendeu também o fim da pena de prisão para o viciado que, para sustentar seu vício, vira um traficante. (Leia mais sobre a discussão sobre a descriminalização da maconha no Blog Sobredrogas)

- No caso da maconha, por exemplo, é possível legalizar sim, desde que tenhamos uma regulamentação mais severa do que a que existe hoje para o álcool e o tabaco. É possível e necessário fazer uma política de transição entre o estágio atual e a legalização, com a descriminalização do uso e da posse de pequenas quantidades para o uso pessoal. Defendo que o Brasil também faça a descriminalização do uso e do porte para consumo próprio - disse Paulo Teixeira.

O deputado afirmou que a descriminalização reduziu o consumo a maconha nos países que adotaram essa medida. Teixeira acredita que não pode dividir a questão da droga apenas entre usuário e traficante.

- É uma separação que nem sempre é simples e que pode gerar injustiças. Um usuário que em razão de uma dependência química passa a comercializar a substância para garantir o seu consumo não pode ser tratado da mesma forma do que a pessoa que busca o lucro nestas atividades, exerce controle territorial sobre regiões e usa de violência e mortes para cobrar eventuais dívidas. A pena de prisão pode provocar mais danos à sociedade do que outra forma de punição, mais eficiente para combater esta dependência e com menos impactos na vida do indivíduo.

O parlamentar petista também é a favor do plantio da maconha para consumo pessoal, desde que com acompanhamento médico.

- O nosso país também precisa regular o autoplantio, com licenças concedidas pelo Ministério da Saúde e acompanhamento médico, para permitir que, as pessoas que queiram, possam consumir maconha sem ter de recorrer a criminosos para adquiri-la.

Outra proposta de Paulo Teixeira é a criação de locais de uso seguro da droga para viciados crônicos e permissão de tratamento a substituição da droga pesada por uma mais leve, como ação de redução de danos. Essas unidades seriam instaladas em hospitais.

- É importante que a comunidade médica brasileira discuta como fazer o tratamento do dependente crônico e problemático, inclusive com a análise de estratégias que deram certo em outros países, como os tratamentos de substituição de uma droga ilícita por substância lícita ou ilícita, a prescrição médica de substância ilícita e a criação de salas de uso seguro, para que as pessoas possam fazer o consumo seguro e com os efeitos da droga monitorados.

Para o deputado, a proibição do consumo de maconha leva o usuário a entrar em contato com criminosos, o que poderia ser evitado.

- Há grande procura por drogas na sociedade brasileira. Parte do consumo destas substâncias ilícitas é eventual e não apresenta risco à sociedade. São pessoas que usam maconha, por exemplo, sem que o consumo prejudique a sua vida social e produtiva. Como no álcool, existe muita gente que faz o uso responsável e uma parte que acaba tendo problemas causados pelo abuso. A proibição também provoca que estes consumidores tenham um contato com criminosos que eles próprios, em muitos casos, não gostariam de ter. Por conta desta relação, os usuários passam a ser estigmatizados pela sociedade e, em muitas situações, apontados injustamente como responsáveis pelo financiamento do crime organizado.

Paulo Teixeira afirmou que encaminhará suas propostas ao Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), cujo secretário-geral é o general Paulo Roberto Uchôa, secretário Nacional Antidrogas.

27 de out. de 2009

conservadorismo (via @malvados)



dahmer, a caminho da laertice

http://malvados.wordpress.com/2009/10/25/conservadorismo/

26 de out. de 2009

pé na rua - programa 12 - diga aí / maconha





http://www.penarua.tv.br/

que massa que ficou esse Pé Na Rua, O programa 12... e o diga aí da maconha

é preciso dar os créditos à produção cuidadosa de aracelly fonseca e toda a equipe de entrevistadores do programa (marcos e o outro cara, ô equipe interessada :-D ) e à edição precisa de ivan, o apresentador carismático

fico muito feliz de fazer parte dessa causa e ver a repercussão - a jato - dos debates que vão sendo levantados e aprofundados.

http://hempadao.blogspot.com/2009/10/ed-35-hemptube-descriminalizacao-da.html

desconfio que essa velocidade tb ajuda a deixar os adversários tontos (eles não tavam acostumados com tanta informação disponível para o brasileiro médio... nem com a vontade de trocar ideias de tanta gente inteligente - esses maconheiros lerdos e sequelados :-D)

para ficarmos todos mais sabidos, recomendo a leitura dessa matéria aqui, publicada no Le Monde Diplomatique www.migre.me/a6VF

vamo que vamo
à legalização e além!

[Ed. 34#] ErvaMundi: Cultura da Maconha no Brasil: Nordeste! - www.hempadao.com


Hoje o ErvaMundi é mais do que especial. Sabendo da responsabilidade e exigência de nossos leitores, resolvemos então chegar no Brasil com mais calma e passar cinco deliciosas semanas no estudo das regiões brasileiras. O post não permite um estudo sociológico ou cultural completo, mas sim uma crônica informativa, somada a detalhes e impressões que estrangeiros tem da nossa terra. Vamos começar pela primeira região a ser descoberta, o Nordeste! Antes de tentar submergir na cultura local, já explano a virtual: Lá de Pernambuco, Neco Tabosa agiliza o Filipeta da Massa e da Bahia, Sérgio Vidal representa a ANANDA. Grande salve a todos da região! Salve geral para os agentes da revolução.

Leia o post completo...

20 de out. de 2009

Concurso Logolize - www.radiolegalize.com


Com mais de um ano de veiculação da Rádio Legalize, já está mais que na hora de ter uma imagem que a caracterize. Ao longo desse tempo tivemos algumas sugestões de logo, mas nenhuma se encaixou perfeitamente no perfil e outros designers amigos sempre ficam enrolando para mandar uma arte que se preze. Então para servir de estímulo para os neurônios dos criativos designers a Rádio Legalize com o apoio da loja Semente de Maconha e de vários blogs amigos da início ao concurso Logolize. O concurso é aberto a todas as pessoas registradas no site da Rádio Legalize e do Semente de Maconha, com o mínimo de criatividade e força de vontade. A logo tem que transmitir que é uma web rádio que apóia a legalização da cannabis. Sabemos que não é fácil por isso entre os dias 20/10 e 13/11 envie sua arte para nós e concorra a um lindo Bong iluminado com LED para iluminar sua mente e um desberlotador elétrico para agilizar sua vida.

(clique para ler lá na radio legalize)

Obama flexibiliza uso de maconha como remédio - com agências :D

NOVA IORQUE – O presidente Barack Obama aprovou ontem novas diretrizes no combate ao consumo de maconha nos EUA. A política federal antidrogas respeitará a legislação dos 14 Estados americanos que permitem o consumo legal de maconha com receita médica. Dessa forma, os promotores federais não mais processarão consumidores, concentrando esforços em casos que envolvam traficantes ou em acusados de usar as leis estaduais para encobrir negócios ilícitos com a droga.

O secretário de Justiça, Eric Holder, confirmou que esta é uma mudança radical em relação ao que recomendava o governo Bush. “Não usaremos mais recursos públicos federais para perseguir aqueles que consomem maconha sob orientação médica ou os que proveem acesso à droga por orientação médica e de forma legal em seus Estados”, disse.

Além da Califórnia, também aceitam o consumo de maconha para fins medicinais Colorado, Alasca, Havaí, Maine, Maryland, Michigan, Montana, Nevada, Novo México, Oregon, Rhode Island, Vermont e Washington.

17 de out. de 2009

10 de out. de 2009

drogas, modos de usar - ou a peneira, o sol, o deputado e o jornalista reaça

que sol, hein deputado?
vai uma peneirinha aí?

Não sei como foi com vocês, mas lá em casa se falava abertamente sobre o consumo de uma droga muito usada na própria casa em reuniões com os amigos dos meus pais, em quase todas as casas ao redor da nossa, nos lugares que visitávamos nos finais de semana, no playground do prédio onde a gente morou ... Era muito comum ver alguém bebendo cerveja, vinho, uísque ou cachaça. Geralmente acompanhado de uns pedaços de fruta, amendoins ou alguma fritura gostosa pra cacete. Que a gente não podia comer, porque era coisa de adulto e era só esperar que “daqui a pouco já ia sair o almoço”.

Não era segredo pra ninguém, na manhã de sábado, do feriado ou nos aniversários a galera bebia - e muito - reunida por um violão, um jogo ou uma churrasqueira e costumava ficar mais engraçada, mais sincera, falar mais palavrão ou chegar a cair e arrumar confusão se continuasse bebendo depois do fim da festa.

“Cada um tem seu limite, só você vai saber o seu. Aprenda a respeitá-lo”. Caralho, como eu ouvi isso da minha mãe... toda vez que a ressaca infernal do dia seguinte me lembrava que o conselho tinha sido completamente ignorado durante a noite de bebedeira. E pra mim sempre foi muito fácil conseguir essa droga – e passar dos limites usando-a - antes que eu tivesse a idade certa para comprar, ou em garrafas pequenas para beber em locais proibidos e, até bem pouco tempo atrás, em postos de gasolina, onde se entra e sai dirigindo um carro! Era muito comum driblar uma lei qualquer em função de conseguir álcool para consumo.

Pelo que me lembro, as informações para minimizar os efeitos da droga que reúne e enlouquece o país sempre puderam ser encontradas em conversas, livros, revistas...

“Não misture bebidas”, “beba alguma água entre uma dose e outra”, “passe a chave do carro para alguém que bebeu menos”, "não se bebe de estômago vazio", “não se fecha negócio em mesa de bar”, “porre não se comenta”... Sem contar a parte “engraçada” do hábito de ficar louco depois de tomar umas e outras: “não existe mulher feia, você é que bebeu pouco”, “cerveja: desde 1880 ajudando gente tímida a trepar”, “depois de beber, você consegue fazer um quatro, um oito... e um doze?”

No meio de muito reducionismo e anedotário era só ter algum bom senso e perceber que as boas dicas estavam realmente ali. Colocar em prática era só questão de amadurecimento e bom senso.

Pois bem, fui crescendo e a ficha finalmente foi caindo... Aprendi que no Brasil - depois de grande - você pode se reunir com os amigos para conversar, paquerar, contar piadas e se drogar. Na calçada de casa, no boteco na esquina do trabalho, durante o almoço de uma sexta de pouco movimento, numa manhã de folga... todo mundo pode lhe ver consumindo droga. No meio da cantada, para estabelecer um laço de amizade, saber mais sobre os bastidores do trabalho é permitido oferecer droga e deixar alguém relaxado ao ponto de fazer ali um grande amigo ou começar um romance.

Hábito largamente aceito, mas que nem por isso deve ser confundido com inofensivo: ingerir bebida alcoólica É fazer uso de droga. Saber como não acabar se fudendo pelo abuso dessa substância é dever de pais, professores e responsáveis por menores de idade. Ignorar o assunto é abandonar pessoas em formação à própria sorte, é desumano e é um descaso filho da puta.

Essa é uma das causas que move os grupos que organizam as marchas da maconha no Brasil. É preciso identificar as substâncias utilizadas por um povo em determinada época e ajudar - todos que quiserem – a reduzir os danos de consumo do que estiver sendo usado.

Setores conservadores (e desinformados) da sociedade, representados por gente do nível dos Deputados Federais Laerte Bessa e ACM Neto, o “blogueiro da Veja” Reinaldo Azevedo ou o “repórter de crime” Jorge Antonio Barros parecem pensar o contrário. Além de não concordarem com o livre trânsito de informações e dicas de redução de danos, eles ainda consideram impensável, perigoso e/ou imoral o debate público sobre drogas na sociedade brasileira. Nunca os vi se pronunciando sobre o consumo de álcool, mas quando o assunto é consumo de maconha esse é o tom usado.

Nos textos e discursos desses caras, tudo vira chacota ou ameaça à ordem vigente: “um ministro de estado não pode se envolver com palhaçadas como a marcha da maconha”, “descriminalizar a maconha é perigoso”, “maconha é comprovadamente porta de entrada para o crack”

Será que eles acreditam que amigos, parentes, fornecedores, sócios e colegas deles não estão entre o público consumidor de maconha no Brasil?
Ou que esses consumidores não merecem informação e atenção especializada? Só uns cascudos?
Que manter essa posição dura contra quem quer o debate sobre a guerra - que mata, aleija e destrói milhares de brasileiros - os faz melhores que os outros?
Que a melhor saída é ignorar os fatos e manter a milionária guerra para erradicar (?!?!?!) as drogas do mundo?

Ou como disse recentemente (sobre outro assunto) o Arnaldo Branco: essas pessoas não promovem uma visão distorcida da realidade porque não têm noção nenhuma da realidade.

Esse texto é dedicado a Átila, um amigo que morreu sexta-feira. Vítima de uma bala de revólver e não da substância que consumia.