O caminho do meio. A coisa mais difícil de encontrar. O equilíbrio entre o “pode tudo” e o “não vale nada”. O movimento antiproibicionista de Cannabis no Brasil não é o primeiro nem será o último sistema a enfrentar esse dilema.
Da Rússia comunista e os ecos tupiniquins do socialismo, ao movimento ecológico, passando pelas organizações de produção de arte contemporânea; pelo que eu tenho visto por aí, vou dizer a vocês: o mais difícil é encontrar o caminho do meio. Parece ser mais fácil ficar com um raciocínio que seja único, imutável, monolítico. E não é por aí. Afinal, parece ser uma característica de qualquer “movimento” que ele se movimente, seja inquieto. Sempre esteja buscando formas de se agitar, sair do lugar onde está.
Diplomático, mesclando bom senso ao posicionamento ideológico, respirando fundo antes de rotular ou tomar uma decisão drástica. A minha sugestão é que esse tal de caminho taoista é que deve se estabelecer como a melhor configuração de um movimento que pretende a revolução comportamental no Século XXI.
E se hoje, 28 de fevereiro de 2010 [um dia depois do Gandhia] você estiver entre o posicionamento radical – que busca uma unidade nacional de centros autônomos – ou de uma confluência de produtores de memes – com núcleos descentralizados gerando ações alternadas – eu posso sugerir que a segunda forma de gestão é muito mais animadora.
Pra ser mais claro: acredito que para promover o ativismo pela mudança nas leis brasileiras sobre a Cannabis Sativa deve valer tudo.
Marcha da maconha vale. Marcha do orégano (malditos jornalistas trocadilhistas do inferno :D) vale. Gandhia vale. Debate no DCE vale. Postagem no Growroom vale. Twit agressivo esporrante vale. Vale tudo.
De ativistas gritando nas ruas “sou maconheiro com muito orgulho e amor” a ex-presidente-quase-sociólogo que fumou sem nunca tragar. São milhares de vozes, posicionamentos, expressões, discursos, razões e motivações para dizer uma coisa só: do jeito que está não está certo!
Quem proíbe a marcha vai descobrir em breve que estava errado. Quem não parou pra pensar também. Quem não está propondo nos debates promovidos em universidades e nas mesas de bar não consegue se ligar ao que está acontecendo. E quem não pensou numa maneira de se manifestar também está por fora.
“Legalize Já” é o novo “Diretas Já!” ? pode trocadilhar o militante à moda antiga. Eu digo que mudou tudo. E que não existe uma maneira certa de agitar os cérebros nauseabundos de políticos, editores de notícias, policias e camelôs. Todas valem. E são urgentes.
>>> neco tabosa (com pitacos de sergio vidal)