Na última terça, os promotores receberam de Fenelon a missão de analisar se caberia ou não uma ação contra a Marcha da Maconha. Eles estavam receosos, pois o ato ocorreria no mesmo dia e local do Virada Recife Antigo, evento iniciado este ano para estimular os recifenses a frequentar o Bairro do Recife. Na reunião de ontem com os organizadores da marcha, os promotores argumentaram que, no local, estariam várias crianças. Para fechar um acordo, ficou decidido que a passeata acabará uma hora antes do outro evento, marcado para as 16h, na Praça do Arsenal. Os organizadores do ato também garantiram que não passarão pelo local do Virada Recife Antigo.
A promotora da Infância e Juventude, Jequeline Aymar, também exigiu que, na manifestação, os organizadores terão que divulgar os malefícios do uso do entorpecente para crianças e adolescentes. Desde a primeira edição no Recife, em 2008, a organização da Marcha da Maconha orienta os simpatizantes a não fumar nem portar a erva. Apenas ir às ruas pedir mudança da legislação brasileira.
"É o papel do Ministério Público promover a justiça social para todos. Havia um outro evento, com outro público-alvo, no mesmo bairro. Os promotores queriam saber o percurso. Foi sugerida a mudança e acatamos na hora", relatou o jornalista Neco Tabosa, um dos organizadores da marcha. Ele contou ainda que serão distribuídos três mil panfletos com orientações sobre redução de danos.
REAÇÕES
No último dia 9, os irmãos parlamentares Anderson e André Ferreira, da Assembleia de Deus, pediram a Fenelon que agisse contra a marcha. O primeiro é deputado federal. O outro, vereador do Recife. Em seguida, os organizadores do ato lançaram na internet uma carta aberta defendendo o direito do grupo ir às ruas se manifestar pacificamente. Até ontem à noite, o movimento tinha 361 adesões. O deputado estadual Luciano Siqueira foi o único político a assinar. Depois, outros dois parlamentares evangélicos, Francisco Eurico e Adalto Santos, ambos da Universal do Reino de Deus, também pediram a Fenelon uma medida. Agora, com a decisão do MPPE de não entrar na Justiça, os contrários à passeata vão mobilizar a Marcha da Família.
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