Entrevista com (Irvin) Dana Beal para a Legalizace Magazine, da República Checa, por Michael Rehak.
As perguntas foram transmitidas via email para o advogado de Dana e respondidas por ele à lápis, na cadeia, enviadas por correio e transcritas em Nova Iorque por Evan Yippiel, e enviadas de volta para a Legalizace. Entrevista completa publicada na Cannabis Culture (cannabisculture.com) no blog de Ed Rosenthal. [http://cannabisculture.com/v2/node/27053]
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A “Million Marijuana March” [Marcha de um Milhão pela Maconha”, em tradução livre. Ou “Worldwide Marijuana March” / “Marcha Global da Maconha”, ou simplesmente “Marcha da Maconha”] se tornou um evento padrão em muitas cidades do mundo. Em Praga, ela apresenta um número crescente de adeptos (cerca de 12.000 no ano passado). Quando e como surgiu a ideia de criar um evento global? Quando e onde a Marcha foi realizada pela primeira vez? Como você definiria objetivamente as metas da Marcha? Que tipos de atividades/agenda a Marcha significa para você e seus colegas agora?
A primeira Marcha da Maconha foi realizada em Nova Iorque, no primeiro sábado de Maio de 1998 [01/05/1998] para anunciar o lançamento da Marcha Mundial no ano seguinte. Foi organizada por Ed Rosenthal, Jack Herer, Gatewood Galbraith e Denis Peron, em resposta ao prefeito de Nova Iorque Rudolf Giuliani (que rima com Adolf Mussolini) que tentava banir completamente a nossa tradicional “Pot Parade” [Parada da Maconha], realizada anualmente desde 1972.
Estávamos decididos a alcançar os defensores da Cannabis em Londres, que tinham acabado de fazer uma marcha pela Cannabis patrocinada pelo “The Independent”, num domingo, para destacar o fato de que tínhamos menos direitos durante a administração do nosso prefeito fascista do que o povo britânico sob a administração da Rainha da Inglaterra... apesar de eles viverem numa eterna revolução contra a monarquia para ter esses direitos assegurados. As bandeiras daquela marcha foram – e ainda são – Pelo fim de todas a prisões relacionadas à Cannabis; Pelo fim das mentiras; Pela Liberdade da Medicina; Pela cura dos enfermos; Pelo fim do Estado que promove a prisão; Pela cura, não Pela Guerra. [no original: Stop All Cannabis Arrests; Stop the Lies; Release the Medicine; Heal the Sick; End the Prison State; Cures Not Wars]
Em 1999, tivemos a maior marcha de todos os tempos, a que é exibida no final do filme “Grass”. O melhor de tudo, é que nesse primeiro ano nós já estávamos estabelecidos em 36 cidades. Através (da mobilização) para as “Millenium Marijuana March” [em 2000], “The 2001 Space Odyssey” e a “LIberation Day” [de 2002], avançamos para 238 cidades. No meio dessa primeira década caímos para o ponto mais baixo de eventos registrados: 165 cidades, para daí avançar, em 2010, para 330 cidades. Esse ano, com Marc Emery e eu trancados*, provavelmente não chegaremos nem perto de nossa meta das 420 cidades. Mas nós sabemos que quando chegarmos ao nosso objetivo de ter entre 1.000 e 10.000 pessoas em cada uma de 900 cidades, uma mudança de fase vai ocorrer e o movimento pró-maconha será aceito como um movimento de direitos civis legítimo em todo lugar.
Quais são as cidades mais mobilizadas na realização da Marcha e as que registram o maior apoio à legalização?
As maiores cidades são Nimbin [na Austrália], Toronto, Roma, Buenos Aires – e Cidade do México – com Madri e Praga logo atrás. Londres costumava ter 100 mil pessoas nas ruas, entrou em colapso, e agora está se reconstruindo. Em San Francisco [EUA], também houve um colapso por conta da desarticulação das lideranças. Nova Iorque tem um problema perene com a polícia de lá. Mas uma série de outras cidades mantém a média de 1.000 a 3.000 participantes. Lembre-se que se tivéssemos 900 cidades, isso significaria um milhão de manifestantes pró-maconha em todo o mundo. O subcontinente indiano, sozinho, representa uma oportunidade fértil para adicionarmos 80 cidades [isso sem mencionar o potencial da África].
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Você se lembra de algum problema grave, com a polícia ou outras (forças de repressão), que surgiu em relação à Marcha?
O pior país é a Rússia, onde mais de 15 eventos foram brutalmente reprimidos por agressões policiais. Isso pode mudar, agora que se foi Luzhkov [Prefeito de Moscou de 1992 a 2010. Famoso por reprimir manifestações populares, e ser – junto com a esposa – proprietário de 11% dos imóveis construídos na capital russa sob sua administração]. Sei que o Brasil continua tentando criminalizar as marchas, mas mesmo Sarkozy, o queridinho da Cientologia, não é capaz de reprimir o evento anual na ”Place de Bastille”.
*Dana Beal e Marc Emery estão presos. conheça mais sobre essas histórias nos sites http://www.freedanabeal.org e http://freemarc.ca/
Um comentário:
amei seu blog, logo passo aki c/ mais tempo pra ler e comentar.
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